Meu Bebê Arco-Íris: Uma História de Superação e Amor
"Um bebê arco-íris é o início de um novo capítulo, trazendo luz e esperança após a tempestade, simbolizando a renovação e a alegria com o seu nascimento".
COMPARTILHANDO VIVÊNCIAS


Meu Bebê Arco-Íris: Uma História Emocionante de Superação e Amor
Como já mencionei em outros posts, minha jornada materna foi bastante delicada. Enfrentamos muitos desafios, barreiras, medos e lutamos muito para conseguirmos formar uma 'família de três', como diz meu filho. Digo no plural, pois meu esposo esteve sempre ao meu lado, sendo meu alicerce nos momentos em que eu esmorecia ou desacreditava da vitória, e meu filho, que mesmo sendo o que mais precisava de proteção e ainda na barriga, também se esforçou para permanecer conosco. Costumo dizer que ele foi um 'guerreirinho', nosso bebê arco-íris.
O início de uma longa jornada.
Nossa caminhada começou no segundo semestre de 2017, quando decidimos ser pais. A partir daí, começaram as inúmeras e frustrantes expectativas do positivo, e atrelado a uma bateria de exames para saber o “porquê”. Até que, em abril de 2018, descobrimos que havia uma dificuldade fisiológica que impedia a gravidez. A partir daí, intensificamos os exames e, por fim, descobrimos que precisaríamos de um tratamento bem mais específico. Iniciamos uma longa, cansativa, desgastante, e até então desconhecida jornada, repleta de dúvidas, medos, aprendizados e vitórias. Aqui vale ressaltar que tivemos a bênção de ter conosco a Dra. Patrícia, uma excelente profissional. Costumo dizer que ela foi um instrumento de Deus em nossas vidas, mas compartilharei essas vivências com vocês em outro post, combinado?
Após iniciarmos o tratamento e algumas tentativas, obtivemos o tão esperado “positivo”. Ficamos radiantes. Não contamos para a família, mas, sem que soubessem, comemoraram conosco. Lembro que, na época, telefonamos para nossos pais e marcamos “a noite da pizza na casa dos meus”, juntando-os e também meus sobrinhos, e celebramos aquela vidinha que estava começando a se formar dentro de mim. Lembro que no dia seguinte à descoberta fui trabalhar; era um sábado de reunião pedagógica e o acolhimento tinha sido com uma banda tocando. Estava sentada, ouvindo e radiante por dentro, pois estava eu e meu bebezinho ouvindo aquela música. Pensei como era surreal estar vivenciando aquele momento. Seguimos a vida com a rotina normal, mas com cuidados, pois a gestação estava no início. Até que tive um pequeno sangramento. Conversei com minha médica e ela disse ser normal no início. Por preocupação, marcamos uma consulta, ela me examinou e estava tudo bem, mas por segurança me afastou do serviço e pediu para eu fazer repouso. Porém, mesmo assim, o sangramento se intensificou. Aumentamos uma medicação que eu já usava e fiz repouso absoluto.
A verdade que evitamos ouvir!
Após uma semana, marcamos outra consulta e aí recebi a pior notícia, embora já estivesse meio que ciente disso, pois estava sangrando como se estivesse menstruada. Fizemos a ultrassom e a médica disse que eu havia perdido o bebê. Saímos do consultório arrasados. Lembro que, no momento em que recebemos a notícia, meu esposo começou a chorar, mesmo tentando disfarçar. Retornamos para casa destruídos, choramos, nos indignamos, mas também acolhemos um ao outro. Foi um momento muito difícil. Lembro que estávamos próximos às festas de final de ano e não tínhamos ânimo para fazer nada. Nesse ano, não saímos para comprar roupas ou decorações. Não queríamos nem ir comemorar na casa dos familiares.
Foi a pior experiência da minha vida. Ficava querendo entender o porquê, procurando respostas e me culpando, pensando no que poderia ou não ter feito para evitar, porque tinha acontecido, me achando incapaz. Foi uma das piores fases da minha vida. Não conseguia falar do assunto sem chorar, demorei muito para superar, muito mesmo. Até para escrever este post demorei para ter coragem de iniciá-lo. Não tive que fazer nenhum procedimento, como raspagem, mas meu sangramento durou muito tempo e tive que realizar exames de Beta HCG periodicamente. Isso me fazia lembrar e ter que explicar sempre as razões pelas quais estava realizando o exame.
Mas, tive o apoio incondicional do meu esposo, que se esforçou muito para se manter firme ao meu lado, me dando força e ajudando a superar esse momento delicado vivenciado por nós. Ele foi bem mais forte que eu. Além disso, tivemos o apoio da minha médica, que conversou bastante conosco.
A importância da parceria na superação de desafios.
Juntos conseguimos superar essa fase. Viajamos e, após dois meses, iniciamos uma nova
caminhada rumo à formação da nossa família. Foi uma caminhada bastante semelhante à
primeira, mas desta vez fomos bem mais cautelosos desde a descoberta, pelo fato de ter
tido descolamento da placenta e ser uma gravidez de risco, o que exigiu muitos cuidados,
exames, consultas semanais quase durante toda a gravidez, muitas e por vezes dolorosas
medicações, pois devido ao risco de um aborto, usei durante quase toda a gestação uma
medicação subcutânea na barriga. Fizemos acompanhamento por mais de um profissional,
o que nos causou muito medo, preocupação, ansiedade, alegria e, por outro lado, aumentou,
nossa fé de que estávamos no caminho certo, sendo bem assistidos e que tudo daria certo!
Após longos nove meses, tivemos a imensa alegria de ter nosso pequeno guerreirinho no colo e, enfim, formamos uma família de três. Esse é o maior privilégio, a maior bênção que podíamos receber na vida. Somos extremamente gratos a Deus por nos conceder esse privilégio, por ter colocado a Dra. Patrícia em nosso caminho, uma médica humana, dedicada, paciente e que teve muito cuidado conosco durante toda a nossa jornada materna.
Hoje, posso dizer que estamos completos. Somos uma família de três, com seus desafios e aprendizados diários, mas gratos por estar vivenciando cada um deles, vendo nosso pequeno crescer saudável e feliz.
E vocês? Sei o quanto é difícil falar sobre este assunto, mas sintam-se à vontade para compartilhar suas vivências conosco sobre a jornada de ter um bebê arco-íris.
Um forte abraço e até breve!
Olá, mamães!
Espero que todas estejam bem!
Hoje vamos conversar sobre um assunto bastante delicado e, por vezes, ainda doloroso, mas que faz parte da realidade de muitas famílias, até mais do que imaginamos: a perda precoce, comumente conhecida como “aborto”. Essa é, sem dúvida, uma das piores experiências vivenciadas, principalmente para as mães, que sofrem além da dor da perda, com o sentimento de culpa, impotência e com os incontáveis “porquês” que surgem enquanto estamos tentando compreender e aceitar a realidade, buscando respostas para as próprias indagações que surgem após uma perda. E, acreditem, esses sentimentos perpetuam em nós mesmo quando já conseguimos falar sobre o assunto sem lágrimas nos olhos, permanecendo adormecidos dentro do nosso coração. Não é fácil lidar com eles mesmo depois de muito tempo ou até mesmo com a bênção de uma segunda gravidez vitoriosa, à qual chamamos comumente de “bebê arco-íris”.

