Vivenciando a Maternidade livre de julgamentos sociais

Como vivenciar uma maternidade livre de julgamentos sociais, mais acolhedora e respeitosa em relação às escolhas femininas sobre ser mãe e a criação dos filhos?

COMPARTILHANDO VIVÊNCIAS

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A IMAGEM TEM A SEGUINTE FRASE POR UMA MATERNIDADE COM MENOS DEDOS APONTADOS E MAIS MÃOS ESTENDIDAS!
A IMAGEM TEM A SEGUINTE FRASE POR UMA MATERNIDADE COM MENOS DEDOS APONTADOS E MAIS MÃOS ESTENDIDAS!

Olá, mamães! Espero que todas estejam bem!

Hoje vou começar nosso bate-papo com um trecho de uma matéria publicada pelo Jornal Estadão que diz o seguinte: "No checklist de uma 'boa mãe' consta: parto normal, amamentação no peito, não deixar o bebê chorar ou gritar e disciplina positiva. Se você falhar, será julgada e culpada."

Embora a matéria trate das questões relacionadas às redes sociais, achei o trecho bastante pertinente e condizente com a realidade materna. Quem de nós nunca foi alvo de algum comentário ou olhar de repressão diante de alguma atitude ou escolha feita em relação aos nossos filhos, independentemente da idade? E, muitas vezes, por pessoas que desconhecem o contexto ou até mesmo a realidade vivenciada por uma mulher ao se tornar "mãe".

E sabemos que os julgamentos não param por aí; existem diversas outras questões que põem em cheque nosso papel de mãe, como, por exemplo, o uso da chupeta, a manutenção ou abdicação da vida profissional, a obrigatoriedade do corpo perfeito após a gestação, o excesso de colo, entre outras questões que envolvem a maternidade. Não é fácil lidar com essas situações, até porque muitas vezes nós, mães, já fazemos nosso próprio julgamento. Afinal, quem nunca se sentiu a pior mãe do mundo ao final do dia, mesmo dedicando-se 100%, fazendo o seu melhor a cada segundo do dia, e mesmo assim ter a impressão de que poderia ter feito mais ou melhor? Nós, mães, já nos cobramos o suficiente ao ponto de sermos cruéis demais conosco mesmas. Por essa razão, precisamos de um olhar de empatia, apoio, de mãos estendidas, ao invés de dedos apontados para o nosso rosto.

Como já dito, a maternidade é incrível e desafiadora nas mesmas proporções, assim como gestar uma vida, passar pelo puerpério, amamentar, conviver com a privação do sono, criar, educar, transmitir valores, custear um filho, compreender e acolher suas primeiras frustrações, dizer "não" fazendo com que ele compreenda que este faz parte da vida, que nem sempre suas vontades serão atendidas, ser paciente, manter a calma, buscar diversas alternativas diante das adversidades do cotidiano, entre outras demandas que envolvem um filho, não sendo um "mar de rosas", como muitos insistem em descrever a maternidade. Embora já se tenha mais diálogo sobre o assunto, muitos ainda persistem em romantizar a maternidade, desconsiderando os desafios vivenciados pelas mães em seu cotidiano, baseando-se em imagens não condizentes com a realidade da maioria das mães.

Aliás, outra questão bastante presente na vida da mulher está relacionada à sua opção de ter ou não filhos, o que gera julgamentos e cobranças, especialmente se a mulher optar por não vivenciar a maternidade. Pelo fato de muitos ainda acreditarem que ser "mãe" faz parte do processo evolutivo feminino, quase uma regra, sendo o contrário inadmissível.

Segundo uma reportagem do ECOA UOL, "A pressão social pela maternidade é altíssima e chega de todos os lados, até de onde menos se espera. Amigos, famílias, igreja, profissionais de saúde perpetuam discursos que misturam cobrança, ameaças de um futuro solitário e cheio de arrependimento, além da clássica romantização da maternidade". Ressaltando ainda a necessidade de "neutralizar essa conversa entre nós, mulheres", uma vez que esta é uma escolha que cabe à mulher.

Neste sentido, precisamos refletir, dialogar, compreender e respeitar as escolhas e atitudes do outro, mesmo que não concordemos. Cada um sabe a sua história, tem suas próprias vontades, objetivos e metas pessoais, assim como valores e crenças que são distintos, e "que bom ser assim", pois temos a oportunidade de aprender com o outro. Somos produtos do meio que vivemos e não existe certo ou errado, salvo algumas situações que ponham em risco a integridade física ou emocional da criança. Cada mãe, família sabe a melhor forma de educar e conduzir a educação de seus filhos, e ninguém tem o direito de intervir, tão pouco julgar, como diz Caetano Veloso em uma de suas músicas "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". E a maternidade muitas vezes já é vivenciada de forma tão solitária pelas mães, então antes de julgar, que tal acolher? Oferecer auxílio, ou neutralizar-se compreendendo que não cabe fazer nenhum juízo de valor, esse simples gesto pode ser bastante positivo para a mãe que está dando o seu melhor na educação de seu filho todos os dias, não podendo ser definida como boa ou ruim a partir da forma como você a vê ou que acredita ser o correto. Afinal, não podemos medir todos com a mesma régua, não é mesmo? E isto não quer dizer que não possa expressar sua opinião, mas sim que deve ter cuidado ao exteriorizá-la para não ferir ou ultrapassar limites importantes para o bom convívio.

Afinal, vivemos um outro momento social, onde o respeito e a empatia devem estar presentes em nossas ações, refletindo em nossas relações, sejam estas pessoais ou sociais.

Além disso, cabe a nós estarmos atentos às transformações sociais, buscarmos informações. Ao invés de ficarmos presos a antigos conceitos, saindo assim de nossa "caixinha", e evoluirmos enquanto seres humanos.

Desta forma, contribuiremos para a construção de uma sociedade mais humana e acolhedora com todos.

E você, mamãe, o que pensa sobre tudo que conversamos? Os julgamentos e cobranças também fazem parte de sua vida? Como você lida com eles em seu cotidiano? Compartilhe conosco, ficaremos felizes em ler seus relatos. Até mais.